Quem conhece um pouco de mitologia deve se lembrar da história da Hidra de Lerna, aquele monstro de muitas cabeças, que Hércules teve que matar. O anunciado secretariado do possível (ainda não confirmado, pois não houve diplomação)governo Paes se parece muito com ela.
Vejamos as últimas indicações: o vice, Carlos Alberto Muniz, foi indicado para acumular a pasta do Meio Ambiente. A sua biografia oficial diz o seguinte:
O Globo – 05/11/08
Perfil
Carlos Alberto Muniz, de 64 anos, é economista especializado nas áreas de planejamento e consultoria. Começou sua trajetória política antes do golpe militar de 1964, quando participava do movimento estudantil como presidente do grêmio do Colégio Pedro II. Durante os chamados anos de chumbo, Muniz presidiu o DCE da Faculdade de Engenharia da então Universidade do Brasil (atual UFRJ).Com o Ato Institucional n° 5 e o recrudescimento do regime, fez parte da geração que resistiu ao que se convencionou chamar de "golpe dentro do golpe" e passou a viver na clandestinidade, ajudando a organizar a resistência à ditadura. Viveu em países como Argélia, França, Cuba e Chile. Na França, fez doutorado em Economia e Administração. Esse período conturbado fez com que ele não pudesse concluir a faculdade de Engenharia no Brasil.
Em 1976, Muniz retorna ao país mas vive na clandestinidade até 1979, quando foi assinado o decreto de anistia pelo então presidente João Figueiredo. Logo se filiou ao MDB, que depois passaria a se chamar PMDB, onde exerceu diversas funções e há muitos anos ocupa o cargo de secretário-geral do partido no Estado do Rio e integra o diretório nacional da legenda.
Nos anos 80, passou a atuar na iniciativa privada no segmento de planejamento e consultoria ambiental e acumulou duas passagens pelo poder público: dirigiu a Feema, entre 1987 e 1990, e comandou a Serla, na segunda metade do governo Marcello Alencar. Com o perfil de articulador político, Muniz foi escolhido para ser o candidato a vice na chapa do prefeito eleito Eduardo Paes.
Faltou aí esclarecer alguns pontos muito importantes: para quem gosta de lembrar o passado, é bom saber que ele teve atuação no MR-8. Tudo bem que isso seja passado, mas não é tão passado assim seu papel de TESOUREIRO na campanha de ANTHONY GAROTINHO, quando se descobriu que várias ONGs que contribuíam com a candidatura, na verdade eram ONGs que tinham contrato com o Estado, conforme a imprensa noticiou na época:
Vice de Paes foi o responsável por pré-campanha de Garotinho em 2006
O Globo-1/7/2008
O ex-deputado Eduardo Paes, candidato a prefeito do Rio por PMDB, PP, PSL, PTB, terá como vice de chapa o secretário-adjunto do PMDB no Rio, Carlos Alberto Muniz. A apresentação oficial do candidato será hoje. Muniz foi presidente da Feema de 1987 a 1990 e, desde então, é filiado ao PMDB.
Muniz foi responsável por reunir e divulgar os gastos da pré-campanha de Anthony Garotinho à Presidência da República em 2006. A divulgação acabou gerando uma investigação sobre os doadores de Garotinho. O caso ficou conhecido como o escândalo das ONGs.
Abaixo, mais detalhes sobre a passagem do Sr. Muniz como tesoureiro de campanha do PMDB:
http://www.clicabrasilia.com.br/impresso/noticia.php?IdNoticia=299116&edicao=1610
http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidapublica/conteudo.phtml?id=557628
É bom lembrarmos que a secretaria de Meio Ambiente tem um papel muito importante na concessão de licenças ambientais para obras.Atualmente, o Sr. Muniz é uma figura bastante querida na Associação Comercial da Barra da Tijuca.
Sobre o designado comandante da GM, basta dizer que o povo de Niterói está aliviado por se ver livre do pior comandante da história do 12º Batalhão da PM. Basta consultar as mais recentes estatísticas da criminalidade do outro lado da poça. Leia também, no link abaixo, as opiniões sobre a atuação do coronel no policiamento de Niterói.
Do Blog Casos de Polícia
http://extra.globo.com/geral/casodepolicia/post.asp?t=coronel_sera_comandante_da_guarda_municipal&cod_Post=137609&a=443
Enviado por Paulo Carvalho -
3.11.2008
| 10h58m
convite aceito
Coronel será comandante da Guarda Municipal
Ao ser anunciado como novo secretário da futura Secretaria da Ordem Pública, criada pelo prefeito eleito Eduardo Paes, Rodrigo Bethlem aproveitou para fazer o convite a quem ele quer que seja o novo coordenador da Guarda Municipal. Trata-se do atual comandante do 12º BPM (Niterói), o tenente-coronel Ricardo Pacheco. Oficialmente ele ainda não foi anunciado. Fontes do novo governo, entretanto, garantem que ele já teria aceito. Pacheco e Bethlem se conheceram quando o oficial era o comandante do 19º BPM (Copacabana) e o segundo coordenava o projeto Copabacana, na Zona Sul. Foi de lá que surgiu a confiança depositada um no outro.
Sobre Jandira Feghali, será que é preciso dizer algo mais? Suas primeiras declarações com relação à revisão das APACs revelaram tal voracidade que ela foi repreendida até pelo possível futuro chefe. Além disso, sabemos que a tal “cota do Pcdo B” no governo Paes não passa de acerto decorrente da confusão do PAN, na qual estão todos “juntos, amarrados e misturados”.
Contrariando secretária
Eduardo Paes diz que Apacs vão ser mantidas como estão
O Globo - 07/11/2008
RIO - O prefeito eleito, Eduardo Paes, disse na tarde desta sexta-feira, que as Áreas de Preservação ao Ambiente Cultural (Apacs) que já existem vão ser mantidas como estão, ao contrário do que havia dito na véspera a médica Jandira Feghali, nomeada para assumir em janeiro a Secretaria municipal de Cultura . Feghali, ao ter seu nome anunciado pelo futuro prefeito, disse que uma de suas prioridades era rever as Apacs para corrigir distorções.
Segundo Paes, houve um equívoco de interpretação:
- O que Jandira disse é que as novas Apacs poderão sofrer alterações conceituais.
Mais cedo, o futuro secretário municipal da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho, também afirmou que não haveria revisão das Apacs. A declaração de Pedro Paulo foi feita após o anúncio de Cláudia Costin para a secretaria de Educação. Na quinta-feira, Paes havia dito que a futura secretária teria liberdade para discutir as Apacs e levar seus pleitos a ele.
Após ser anunciada como secretária de Cultura, Jandira Feghali afirmou que todas as Apacs (são 27, segundo a prefeitura) têm problemas. Segundo ela, será feito um levantamento para avaliar que áreas teriam que sofrer modificações:
- Todos os bairros têm problemas. Basta ver na Zona Sul o que isso significa.Tem prédio que não tem relação com patrimônio histórico, cultural ou arquitetônico e as pessoas não podem modificar, colocar elevador ou vender. Vamos rever as Apacs dentro do Plano Diretor, que tem dez anos e precisa ser revisto.
Jandira disse que terá urbanistas e arquitetos para tratar das Apacs, como informa reportagem publicada nesta sexta-feira pelo jornal O Globo.
E o que dizer da nomeação de Fernando William para a assistência social? Deputado que começou a vida no PDT de Brizola, passou pelo PSB e hoje está no obscuro PMN. Consta em sua biografia a façanha ter passado pelos governo Garotinho, Rosinha e Cabral, e como se não bastasse essa folha corrida, foi um dos coordenadores da “campanha” de Eduardo Paes. O que se pode esperar daí?
Mais detalhes aqui: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2008/11/07/ult5772u1435.jhtm
Mas a cereja do bolo desta semana fica por conta do anúncio do nome indicado para a Secretaria de Educação, a mais importante da Prefeitura, já que abriga a maior rede de ensino público municipal da América Latina, formada por 1.058 escolas, 245 creches, 753 mil alunos do 1º e 2º segmento do ensino fundamental, na qual atuam 46288 profissionais, entre professores e funcionários.
Quem é afinal, Claudia Maria Costin? Bem, comecemos dizendo quem ela NÃO é. Nunca viveu no Rio de Janeiro, logo, não conhece a realidade do município. Não é nem nunca foi professora de ensino fundamental, logo, não conhece a realidade do segmento de ensino atendido pela prefeitura.
Na verdade, trata-se de uma administradora. Foi secretária estadual da cultura de São Paulo no governo de Geraldo Alckmin e ministra da Administração Federal e Reforma do Estado no governo Fernando Henrique Cardoso.É atualmente vice-presidente da Fundação Victor Civita, cargo que está deixando para assumir a SME.
No governo FHC, Costin notabilizou-se por ser uma das molas-mestras do desmanche da máquina pública. Antes de ser ministra, era secretária-geral do ministério, na gestão Bresser Pereira. Sim, trata-se de um legítima representante dos anos de chumbo da privataria do governo FHC. Quais as intenções de Paes ao designar essa pessoa para a mais “dispendiosa” das Secretarias municipais? Acho que não precisamos pensar muito para responder a essa pergunta.
A talvez futura secretária já começou fazendo duas declarações equivocadas. A de que as escolas terão Coordenação Pedagógica (o que já existe, mas ela não sabe) e dizer que as escolas precisam de livros (nesse ponto, as escolas municipais estão muito bem abastecidas. O que há é falta de pessoal). Não é preciso pensar muito para ver o dedo da Editora Abril querendo beliscar algum lucrativo contrato com a prefeitura do Rio.
Bom, eu não vou me estender muito aqui. Ouçam Claudia Costin dizendo que a Fundação Victor Civita foi sua escola sobre educação. Depois, leiam a matéria do Dia, e leiam também os links a baixo:
08/11/2008 03:10:00 - O Dia On line
Educação: reprovação só ao fim do ciclo continua
Paes não acabará com sistema atual de avaliação de alunos. Futura secretária da área é ex-ministra e quer investir em cursos para professores
Carol Medeiros e Pedro Landim
Rio - A promessa de revogação do sistema de aprovação automática nas escolas, feita na campanha pelo prefeito eleito Eduardo Paes (PMDB), pareceu cair por terra ontem, nas palavras da nova secretária de Educação, a professora e ex-ministra Cláudia Costin, apresentada na Fundação Getúlio Vargas (FGV). O processo de avaliação contínua, em ciclos — conhecido pejorativamente como aprovação automática —, permanecerá. Porém, com o diferencial do investimento no reforço para os alunos.
"O sistema de ciclos virou sinônimo de aprovação automática pela forma com que foi feito no Rio, sem investimentos em professores e no reforço escolar. Faremos isso, com prioridade para o primeiro ano", disse Cláudia, referindo-se ao início do primeiro ciclo, faixa dos 6 anos, equivalente à antiga classe de alfabetização. "É inaceitável ver crianças aos 10 anos sem alfabetização. Daremos condições para que aprendam, e há caminhos no orçamento", disse.
A outra ponta do investimento, apontada por Cláudia como fundamental, é a capacitação dos professores, que pode ser feita em parceria com universidades. "Eles são as peças-chaves e terão cursos o ano inteiro", afirmou.
Especialistas avaliam que, para o êxito da avaliação continuada e o acompanhamento do reforço escolar, é preciso contratar professores com maior jornada de trabalho. "A avaliação em ciclos precisa de investimentos em professores e aumento da carga horária, que é irrisória", disse Bertha Reis, professora de Políticas Públicas em Educação da Uerj.
"O reforço proposto é incompatível com o número de professores. Há salas superlotadas e carência de profissionais", diz Danilo Serafim, coordenador-geral do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe). Ele informa que a média é de 40 alunos por sala. Com 1.200 escolas e 700 mil alunos, o Rio tem 30 mil professores. A contratação de mestres foi promessa de campanha.
"Teremos um ano fiscal difícil, mas Educação é prioridade e urgência", afirmou Cláudia, ex-secretária estadual de Cultura em São Paulo, entre 2003 e 2005 e ex-ministra de Administração Pública e Reforma do Estado, entre 1998 e 1999, no governo FHC.
O passado de Costin:
Ameaças de morte: http://veja.abril.com.br/010798/p_048.html
O pecadilho de Costin
Secretária da Administração recebe R$ 63 mil do Plano de Demissão Voluntária do Serpro e continua na folha salarial do serviço público
http://epoca.globo.com/edic/19990412/brasil3.htm
Costin e as PPPs: http://humbertocapellari.wordpress.com/2006/11/29/saiba-tudo-sobre-os-ricos-e-famosos/
UPDATE: Formação de quadrilha consumada, pessoal ! A última do Informe do O Dia:
08/11/2008 03:30:00
Informe do DIA: Chiquinho da Mangueira no Esporte
Fernando Molica
Rio - O deputado estadual Chiquinho da Mangueira, do PMDB, é o mais forte candidato para assumir a Secretaria Municipal de Esporte. Ele irá para o governo Paes abençoado por Sérgio Cabral e pelo presidente da Assembléia Legislativa, Jorge Picciani.
Em 2003, Chiquinho, secretário de Esportes de Rosinha Garotinho, foi acusado pelo então comandante do 4º. Batalhão da PM, tenente-coronel Erir da Costa Filho, de ter solicitado uma "trégua" nas ações policiais na Mangueira para não atrapalhar o tráfico.
A NEGATIVA
Na época, Chiquinho disse ter pedido apenas que as operações não fossem feitas nos horários de entrada e saída de escolas. O oficial foi exonerado do comando do batalhão.
Resumindo:reúne-se aí, portanto, o pior de todos os mundos: o fisiologismo do PC do B, o pior do PMDB de Garotinho, o pior dos governos Maia e o pior do governo FHC. Resta saber se o Rio de Janeiro sobreviverá.
sábado, 8 de novembro de 2008
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