sábado, 1 de novembro de 2008

O Pequeno Ditador

Os leitores do JB e do Globo estão tendo a privilegiada oportunidade de ler um perfil clínico psicológico do candidato eleito na forma de entrevistas que ele deu para os dois jornais, além de megalomaníaco e ególatra ele demonstra uma coisa muito pior, uma tendência marcante ao autoritarismo como forma de governo, se cercando de assessores e criando em torno de si uma muralha impenetrável, para que quem veja de fora não enxergue uma pessoa pequena, um eterno barnabé de repartição pública que não consegue olhar além da plaqueta com seu cargo em cima da mesa.

Meus comentários sobre cada parte do diálogo estarão em itálico para não serem confundidos (se é que é possível) com as decalrações do candidato eleito.

O Globo (30/10/08)

O GLOBO:O senhor foi eleito com três discursos: saúde, união com os governos federal e estadual e ordem urbana. O secretário de Saúde já foi nomeado, e o senhor se encontrou com o presidente Lula. Mas qual é a área da cidade que será prioridade na questão da ordem urbana?

Eduardo Paes: Toda a cidade. Se você for acompanhar meus primeiros dois anos como subprefeito, eu acho que não ergui nada, só derrubei. Foram dois anos de muita ação. Era uma coisa que precisava na Barra: choque de ordem. É um pouco a situação em que se encontra toda a cidade hoje. Então, vamos agir. Claro que há áreas da cidade que se impactam mais com essa desordem. A Tijuca é uma área que é mal cuidada, e a desordem faz com que você tenha ali pico de violência maior que a média da cidade. Vamos trabalhar integrados com a Secretaria de Segurança. A área do pequeno delito é propícia para o grande. Quem se iludiu achando que eu estava falando de desordem por falar para os mais pobres se equivocou. Os que não votaram e os que votaram (em mim) também pensando nisso. Quero fazer com que a prefeitura preste serviço de qualidade para os mais pobres. Agora não acho que os mais pobres estejam vinculados à desordem. Quem achou que eu estava fazendo discurso demagógico para os mais pobres, nessa coisa da permissividade com ilegalidade, se iludiu.

Não, imagina, mais demagógico impossível, suas ações demolidoras na Barra, poderiam ser chamadas de terra arrasada, porque onde ele passou o trator subiram shoppings e condomínios onde deveriam ter sido mantidas as áreas desocupadas como forma de preservação ambiental, suas ações na Barra beneficiaram as construtoras, que devem agradecer regiamente aos serviços prestados de remoção de favelas para construção civil.


O GLOBO:A ordem pública será a marca da sua gestão?

Paes: Vai ser uma das marcas, certamente.

Sei, outra frase demagógica, quer ordem pública, beleza, sobe o morro pra botar ordem na favela, vai nos restaurantes grã-finos do Leblon onde ele diz que costuma ir, pra tirar as mesas da calçada... contra outra.

O GLOBO:O senhor viu a primeira página do GLOBO com as suas promessas, no dia seguinte à eleição? Pretende cumprir todas as promessas de campanha?

Paes: Sem dúvida. As promessas que assumi, sim. Eu nunca disse que só nomearia servidores. Quando fui secretário de Meio Ambiente, 95% dos cargos foram ocupados por servidores públicos. Acho que é o ideal. Mas em nenhum momento neguei a política. Quem fez isso foi o Gabeira. Ele que dizia isso. Eu quero privilegiar os servidores públicos, mas quero ter a oportunidade de ter secretários políticos. Até porque cheguei onde cheguei ocupando funções assim. Acho que a política bem feita, de maneira adequada, ela é possível. Pega a lista (das promessas, publicada pelo GLOBO, diz a um assessor) lá. Eu assumo todos os compromissos que assumi e falei durante a campanha, e vou cumprir. Eu vou colocar preso na minha parede (promessas publicadas pelo GLOBO). Claro que obstáculos terão que ser enfrentados. Vamos licitar as linhas de ônibus. Aí o Poder Judiciário dá uma liminar, a gente supera, cassa a liminar. Estou falando de problemas que podemos ter, mas vamos enfrentar.

Isso de longe é a parte mais contraditória do seu discurso, até agora ele só nomeou dois amigos, um médico de passado não muito abonador e um tecnocrata do governo Maia, isso é muito pouco

O GLOBO:O senhor vai ter indicações dos partidos aliados para cargos...

Paes: A escolha do meu secretariado é minha, de mais ninguém. Posso conversar, ouvir opiniões, sugestões, mas a escolha é minha. Agora, eu pretendo governar com um arco de alianças. Pretendo conversar com o PT, o PSB, o PCdoB. Há áreas que acho que devem ser essencialmente técnicas, não devem ter políticos: Fazenda, Saúde, Educação, são áreas em que botar político não é bom.

Olha o totalitarismo aí gente! A frase "posso conversar mas eu decido" quer dizer que se a idéia for boa ele é que decidiu se era boa, se a passoa for boa ele que decide que é boa, não há consenso, não há discussão, é o discurso da primeira pessoa marcando uma personalidade em busca de auto-afirmação.

O GLOBO:O senhor tem um técnico na Saúde, tem dito que na Fazenda e na Educação vão ser técnicos, e Obras. Seriam só essas ou vai ter mais alguma? Administração? Transporte?

Paes: Não sei. Às vezes até no Transporte você precisa de alguma mais articulada do que técnica por causa dos desafios ali. No transporte, penso num nome mais... Eu adoraria um Eduardo Paes para ser secretário de Transportes, que minha modéstia não me deixe errar.

Modéstia desse rapaz, mas uma característica do egocentrismo de quem se acha mais do que é, quer acumular os cargos, ou sabe que a secretaria de transporte é uma das jóias da coroa e que a difícil negociação da licitação das novas linhas pode ser "amaciada" com uma boa conversa aqui, uma ajuda de campanha ali.
O cara pensa pequeno mesmo, é prefeito, mas queria ser secretário de transporte pra entrar na mamata.


O GLOBO:Urbanismo?

Paes: Técnico. Ali não tem como.

Urbanismo tem a ver com ordem urbana, quer dizer, retirar favelas, arrumar as ruas, podar árvores, consertar calçadas fazer aquilo que é mais aparente para a população e o que ela primeiro reclama, é o secretário que tem que trabalhar mais na prefeitura, e pelo visto nenhum amigo dele quis pegar essa rabuda, nem o Crivella quis, ou queria e foi desautorizado pelo pequeno ditador.


O GLOBO:Então seriam essas: Saúde, Administração, Obras, Urbanismo e Fazenda?

Paes: É. No transporte, o cara tem que ter capacidade de articulação, lidar com empresários de ônibus. A implantação do bilhete único prevê articulação, vai ter que lidar com transporte alternativo, com taxista. Ali pode ser que eu prefira um com perfil, que cerque de técnicos.

De novo a fixação pelo transporte, ele quer colocar ali alguém que não dê um pio sem antes passar para ele tudo o que está acontecendo, o problema é achar alguém que entenda de sistema de transportes e sirva de capacho para ele.

O GLOBO:A impressão é que o governador Sérgio Cabral teve uma influência nas suas escolhas na primeira semana...

Paes: Tem certas inseguranças que eu não tenho na vida. Vou trabalhar muito com o governador. Mas, pela minha personalidade, que não é das mais frágeis, está claro que eu não sou um sujeito tutelável, e nem o Sérgio tem esta vontade de tutelar. Agora, que você vai ter um compromisso meu que o secretário de Saúde se dê bem com o do estado, não tenha dúvida que isso vai funcionar. Se tiver de brigar, se tranca numa sala. O primeiro secretário meu que brigar publicamente com secretário estadual ou ministro vai ser demitido.

Nossa, como ele revelou sua fragilidade aí, o cara passou 16 anos debaixo da asa do César Maia, tutelado por ele recebendo ordens dele, era tão dependente de ordens que se cercou de um grupo de pessoas, e que estão com ele hoje, que não deixava ninguém falar com ele, só recebia ordens de cima, se tornou tão inacessível que os moradores da Barra o odeiam, tanto é que ele tomou duas surras seguidas nas urnas na Barra e Recreio, quem o conhece não confia.
E outra coisa, o ego, de novo abriu a fresta por onde se enxerga uma pessoa insegura, quem é não fica falando, "eu sou isso, eu sou aquilo", suas atitudes falam por si, mas como disse antes, quem passou a vida toda servindo de capacho não chega nunca a tapete persa.

O GLOBO:Na implantação do bilhete único, as empresas de ônibus não terão mesmo subsídio?

Paes: O bilhete único sem subsídio foi uma coisa que manifestei como desejo e que acabou sendo tratada como certeza. Se isso acontecer, as empresas vão ter de enfrentar isso. Mas há coisas que não dá para garantir agora. Alguém aqui conhece as planilhas de custo das empresas? Eu ainda não tenho acesso às planilhas para saber detalhes do cálculo da tarifa. Se o custo para o usuário ficar muito alto, será uma coisa que teremos que decidir. A idéia seria manter a tarifa do ônibus a R$ 2,10, mas pode aumentar um pouco com a integração dos modais. Mas eu me comprometo: a planilha será pública.

Ahn, deixe-me ver, eu já li isso antes, "compromissos são diferentes de idéias", quem falou foi o ex-chefe dele, o Maia.
Não sou surdo nem louco, daqui a pouco no Youtube a gravação dele dizendo que o bilhete único não teria subsídio estará rodando pela internet, o Gabeira foi incisivo, perguntou diretamente, e mais de uma vez nos debates, se o bilhete único teria subsídio, e ele repetiu enfaticamente que não.
A passagem de ônibus do Rio de Janeiro é uma das mais caras do país, as empresas de ônibus ganham bastante para colocar carros velhos e capengas nas ruas, dirigidos por motoristas cansados, mal treinados e muitas vezes obrigados a fazer também o papel de trocador.
Como disse antes, ele trata a questão de transportes com mais interesse que a própria prefeitura, é o complexo de capacho que eu falei antes.

AGORA, A MATÉRIA DO JB:

Paes anuncia R$ 200 milhões para o Rio ainda este ano

Marcelo Migliaccio, Rodrigo de Almeida,Tales Faria , Jornal do Brasil

RIO - Na ante-sala do escritório no que fica 13º andar do prédio da Fundação Getúlio Vargas, na Praia de Botafogo, Zona Sul do Rio, surge o prefeito eleito Eduardo Paes bem disposto, mas visivelmente mais magro depois da maratona eleitoral. Em cerca de 50 minutos de conversa, revela que já conseguiu, ainda este ano, R$ 200 milhões para obras no complexo da Penha, na linha 4 do metrô (Zona Sul–Barra) e na Via Light, fora as parcerias para a revitalização da Zona Portuária.

Com humor, saboreia a vitória sobre Fernando Gabeira, diz que gosta do Posto 9 – mas ia à praia no 10 – e confessa que ainda não dormiu direito desde a vitória no segundo turno. As xícaras de café e o refrigerante zero em sua mesa confirmam que o ritmo de trabalho continua frenético. Mas agora o desafio é outro: transformar as palavras da campanha em realidade, apesar da crise econômica internacional e de outros obstáculos que, ele mesmo admite, podem surgir até 2012.

A seguir, a entrevista exclusiva do prefeito eleito ao Jornal do Brasil.

Pela reação de alguns, parece que Fernando Gabeira venceu a eleição.

Gabeira venceu a eleição, para o povo, para as urnas ficou o registro do esbulho eleitoral praticado pela gangue do PMDB.

Paes: Eu não queria estar no lugar dele. Prefiro estar derrotado onde estou. Para vencer a eleição é preciso um voto a mais que o adversário. O que vier além disso é lucro. Estou com 54.999 lucros. Essa visão de que ele saiu ganhando é de setores importantes da sociedade que o apoiaram. A eleição acabou, mas há um monte de viúva chorando. São pessoas que respeito. Adorava o Caetano Veloso e continuo adorando. Morri de inveja ao ver o Caetano cantando no programa do Gabeira. Torço para que algum dia ele cante para mim. Não precisa ser numa campanha, mas para a prefeitura... Acho a Fernanda Torres uma excepcional atriz. Esses artistas fizeram sua opção. Mas numa democracia o voto das pessoas conhecidas vale tanto quando o das mais humildes. Agora é olhar para a frente. Quero governar para todos os cariocas.

Discurso de Odorico, voto não é dinheiro, ainda mais voto obtido de maneira irregular, mas como ele não vai acusar o golpe sempre vai dizer que ganhou a eleição em cima desses 54 mil votos sabe-se lá Deus obtidos em que condições.

Como pretende sinalizar isso para os eleitores?

Não sou de ficar emitindo sinais para setores da sociedade que não votaram em mim, como fazer um programa de subsídio ao teatro ou aos cantores do Rio. O que desejo é ser um bom prefeito. Para isso, já estou trabalhando desde segunda-feira, sempre acordando cedo. Quando a prefeitura funciona, é para todos. Claro que há quem sofra mais com a má qualidade dos serviços porque depende do poder público para tudo. Mas todos nós sentimos a ausência do prefeito Cesar Maia. As pessoas estão carentes de prefeito. A comunicação dele com a sociedade é feita por e-mail. Quando ele responde por e-mail, não dá para saber se está com a cara triste, com a cara alegre, com a sobrancelha levantada... Coisas de gente, de ser humano.


Essa parte mostra o discurso desconexo "não aceno para os que não votaram em mim", como é? Vai ignorar um milhão e seiscentos mil eleitores de classe média e alta que pagam a maior parte dos impostos da cidade? Está maluco? Tá querendo tomar um boicote de IPTU pelo meio da cara como o Maia tomou quando tentou reajustar a tarifa?


Não é uma prova de que o instituto da reeleição não dá muito certo?

Existem casos em que a reeleição funcionou. O mandato atual do presidente Lula é muito melhor do que o primeiro. Já o segundo do presidente Fernando Henrique foi pior. Não há uma regra para isso.

Quais serão, de fato, suas maiores prioridades quando assumir a prefeitura?

A primeira prioridade é a questão da saúde, que é onde as pessoas mais sofrem. Já estamos tratando disso, o secretário Hans Dohmann está designado e trabalhando. Outra meta da qual já comecei a tratar esta semana é romper o isolamento político do Rio. E o terceiro ponto que eu gostaria de deixar marcado é o de ser o prefeito do feijão-com-arroz, o síndico, aquele que cuida do cotidiano da cidade, da conservação, da troca da lâmpada, da grama aparada na praça, da limpeza das ruas.

Discurso repetitivo unido ao complexo de capacho, além de copiar o discurso do Gabeira, antes ele discursava dizendo que queria ser apenas síndico do Rio, vai ver o modelo dele de síndico é aquele em que o cara entra, pega todo o caixa pra reformar a fachada do prédio mas não manda limpar a caixa dágua nem consertar o elevador, dois meses depois está andando de carro zero e a mulher foi fazer uma lipo.

O segundo secretário anunciado, Rodrigo Bethlem, é o da ordem pública...

Ele vem conduzindo um trabalho importante com as operações Copabacana, Ipabacana e Barrabacana. É uma pessoa respeitada e com disposição para enfrentar esse tema, que é complicado na cidade. Vamos atuar com a Guarda Municipal, a área de licenciamento de atividade econômica, de controle urbano. Ele talvez vá ser o secretário com maior interação com as outras secretarias. Por ser uma questão de postura e atitude, podemos dar uma resposta imediata nessa área. Não é algo que exija recursos, licitações.

Betlhen é um velho conhecido dos cariocas desde que foi um dos primeiro Cesar Boys a ganhar notoriedade, combatendo o esgoto in natura derramado na Lagoa Rodrigo de Freitas, o mesmo esgoto que cai diariamente até hoje na Lagoa e nenhum prefeitinho, prefeito, governador, nem mesmo o Papa consegue resolver.
Fazer operações "bacanas" na zona sul é mole, quero ver uma Inhaúmabacana, Ricardo de AlbuquerqueBacana, JacaréBacana, ou será que ação da prefeitura nesses locais é só de quatro em quatro anos em época de eleição?

Como a ação social vai complementar esse trabalho?

A rua não é um lugar para se morar, não pode ser alternativa aos problemas sociais. Precisamos ter uma política social efetiva. Vamos buscar a família da criança que está na rua e ver do que ela precisa. Vamos dar tratamento adequado aos que têm problema com drogas. O que não pode, é em plena Rua da Alfândega com Rio Branco, no Centro, haver pessoas fazendo suas necessidades fisiológicas com a maior naturalidade.

Não entendi. Ele fala como se o problema não fosse dele, a prefeitura tinha um trabalho social com a Fundação Leão XIII que foi interrompido, a impressão que se tem é que ele vai instalar abrigos banheiros, de dia as pessoas fazem as necessidades ali, de noite a população de rua se abriga dentro deles.

O senhor pretende investir nessa estrutura de amparo social?

Não há, por exemplo, um centro de tratamento municipal para dependência química...

Não há. Existe até uma Secretaria de Prevenção à Dependência Química, mas não tem recursos, nem políticas desenvolvidas. O secretário é até um homem de bem, o coronel Duran, mas não dispõe de recursos.

Secretaria essa que ele pretende extinguir, dizer que não tem recursos é uma hipocrisia, porque para esse tipo de trabalho social poder-se-ia captar parcerias privadas, mas pelo visto combate às drogas não é com ele

O senhor esteve em Brasília e foi ao Congresso saber como estão os projetos para o Rio. A que conclusão chegou?

Essa visita marca uma nova era, de interação dos três níveis de governo aqui no Rio. Já conseguimos com a bancada fluminense que alguns recursos do orçamento deste ano fossem disponibilizados para fazermos o complexo da Penha, a Via Light e a linha 4 do metrô. Algo em torno de R$ 200 milhões. O que pedimos ao Lula foram recursos referentes a emendas da bancada deste ano, que ainda não tinham sido disponibilizados. Mas o grande pedido que fiz a ele foi o investimento no Porto do Rio, que já será uma intervenção urbana fantástica na cidade. A prefeitura entra com concessões de uso, o governo federal e o Estado, com algumas áreas e o dinheiro da iniciativa privada. É um grande negócio que tem tudo para dar certo numa área importante da cidade.

É brincadeira, o cara vai a Brasília para conseguir dinheiro para o governo do Estado!
Todo esse dinheiro que está vindo é carimbado e é responsabilidade do Cabral, mas o pior está por vir, ele quer demolir extensos quarteirões históricos da região portuária do Rio de Janeiro, para criar algo megalomaníaco igual o Maia fez com a Cidade da Música.

Está certo que a região sofre de abandono, mas o que ele pretende fazer é um grande ponha-se na rua sem nenhum motivo, porque ele não pega o dinheiro para melhorar o terminal de passageiros do Porto e a Rodoviária?


Sua campanha foi muito objetiva, com detalhamento do que pretende fazer na prefeitura. A crise econômica internacional, que ficou mais aguda já perto do segundo turno, pode inviabilizar algumas das metas definidas na campanha?

É preciso ficar claro que não vou resolver todos os problemas no primeiro dia, tenho quatro anos pela frente. O que posso dizer para a população é que não descansarei um só instante até que eu consiga viabilizar aquelas melhorias de que a cidade precisa. É claro que haverá obstáculos, que algumas coisas não conseguirei fazer.

Não vai resolver nem no primeiro nem no último dia, o maior erro dele foi ignorar que a situação econômica era grave, ele não é Cesar Maia, que apesar de todos os seus erros, é reconhecidamente um economista brilhante, porque conseguiu com todas as obras superfaturadas, manter o caixa da prefeitura pagando regularmente os servidores, já o candidato eleito, coitado, é um bacharel de direito que precisa urgentemente de um bom economista senão não dou um ano de governo para ele colocar a cidade na bancarrota.

Que obstáculos o senhor acha que vai enfrentar?

Os mais variados, medidas judiciais, liminares, falta de recursos...

E o povo, senhor candidato eleito, não se esqueça do povo que vai cobrar cada uma das 83 promessas de campanha se o senhoir for diplomado dia 1º de janeiro, afinal se o senhor não sinaliza para os que não votam no senhor, os que votam sinalizam muito bem, inclusive os que votaram no senhor.

A Câmara de Vereadores pode ser um desses obstáculos?

Se eu não souber lidar com a Câmara, pode. Nesta semana, repeti o que já havia feito no início da campanha: fui lá e mostrei o meu respeito pela Casa. Pedi, inclusive, que os vereadores não deliberem sobre nenhuma iniciativa do atual prefeito que demande gastos no ano que vem, porque ele mandou uma solicitação de aumento para servidores. (Paes não contém um longo bocejo e pede café a um assessor). Ainda não consegui dormir direito desde a campanha.

Ele foi na verdade interferir nos trabalhos legislativos que não lhe dizem respeito, entrou na Câmara com os candidatos eleitos e reeleitos, muitos deles correndo o risco de perder os mandatos por conta de processos na justiça, o que ele foi fazer lá foi uma espécie de intimidação. Inclusive ele deixou a reunião no meio frustrando uma coletiva que seria dada no final.

Não baixou a adrenalina?

Pelo contrário, aumentou, ainda mais agora que tenho a responsabilidade nas mãos.

Ahn, sem muitos comentários, adrenalina quer dizer nervosismo, nervosismo quer dizer não sabe o que vai fazer, não saber o que vai fazer quer dizer que o cara está no lugar errado na hora errada.

Quando vai tirar uma folga?

Deve haver um evento relacionado à candidatura Rio 2016 em Istambul, em meados deste mês. Vou ver se pego uma semana para viajar com a minha mulher e dar uma arejada.

Até lá ele já estará fora da prefeitura, espero. Vai como convidado do COB, isso se for aceito de volta como Secretário de Esportes do Cabral.

Em análise do seu ex-blog, o prefeito Cesar Maia achou que as fotos do encontro, publicadas nos jornais no dia seguinte, não traduziram o clima amistoso da reunião de vocês dois. O senhor concorda com a declaração dele?

É verdade. Foi uma reunião natural, civilizada, serena. O prefeito foi muito gentil comigo e eu com ele. Sabemos dividir essas coisas, não fico raivoso, guardando mágoa e acredito que ele também não fique. Disponibilizou as informações para uma transição em alto nível. Seria a pior coisa do mundo não termos acesso a todas as informações. Acabou a eleição, agora há um quase ex-prefeito e um prefeito eleito, ambos com maturidade para lidar com as situações.

Até onde sei o Maia não ia dar na cara dele em público, porque ele criou o ovo da serpente, de todos aqueles jovens ambiciosos que se cercaram dele há vinte anos um deles seria mais agressivo e ardiloso, venceu o mais forte, lei da selva.

E o encontro com o presidente Lula, como foi?

Ele disse que estava muito feliz, que sabia que a disputa aqui iria ser difícil. O presidente foi muito gentil na maneira como me apoiou. Soube superar as nossas divergências do passado, que foram públicas e notórias. Não pedi desculpas, porque estava ali numa posição de deputado, fiscalizando o Poder Executivo, exercendo meu papel. Tivemos uma conversa madura, expusemos nossas opiniões, por isso ressalto a grandeza dele. Foi diferente em relação à atitude que tive com a dona Marisa, uma mãe, porque eu tinha exagerado nas ofensas pessoais ao filho dela. A ela, pedi desculpas no plano pessoal, não político. No calor das refregas políticas, a gente passa do tom, exagera um pouco, ultrapassa os limites.

Sim, afinal de contas, tudo pela permanência no poder, negociar com um canhão apontado para a testa não dá muitas margens de manobra, o PMDB hoje é a principal bengala para o governo Lula se manter à tona.
Por isso, engolir os palavrões proferidos contra seu filho na tribuna do Congresso é um preço pequeno a pagar pela governabilidade.

Desde a campanha ficou claro que o seu secretariado seria composto por quadros tanto técnicos quanto políticos. Como espera fazer essa combinação?

Sou político e jamais disse que não colocaria política no meu governo. Nunca deixei de dialogar com os políticos. As alianças foram partidárias. Ninguém desconhece minhas alianças, diferentemente do que ocorreu com outras candidaturas. Existem áreas que quero respaldar tecnicamente, como saúde, educação, urbanismo, obras, Fazenda, Procuradoria. Outras vamos compor com quadros políticos qualificados.

O problema é achar esses quadros, estou observando uma demora em se anunciar os cargos, ou é porque ele não acreditava que ia ganhar ou então porque muitas pessoas consultadas estão esperando a diplomação do candidato eleito para aceitar a indicação, senão vai pagar um mico de fazer parte de um governo que não existe, como agora.


Como estão sendo as conversas com os partidos? Com o PT, por exemplo?

Quero conversar ainda com os presidentes municipal e regional do partido. Quero muito que o PT participe do governo. E vou conversar pessoalmente.

O PT até agora só tem dado com a cara na porta, a úncia pessoa que parece que conseguiu alguma coisa foi a Benedita, mas ela tem profundas ligações com o PMDB (vice do Garotinho, lembram?), mas parece que ela está disputando com Jurema Batista (cansada mas não desiste da guerra) uma secretaria.

E com o deputado Jorge Picciani (presidente da Assembléia Legislativa do Rio e membro do PMDB)?

Ele tem sido exemplar. Conversamos duas vezes nesta semana, e ele não pediu nada.

Ele não precisa pedir nada, ele controla tudo dentro da Alerj, é o braço direito do Cabral, e agora a prefeitura é um anexo da sala dele.

Há informações de que ele estaria conversando com o PT em seu nome...

Não. Quem apadrinhou a aliança com o PT foi o governador Cabral. Picciani é um aliado importante.

Aí é que o discurso não encaixa, quem está sentado em cima das nomeações é o Picciani o PT já reclamou disso, e pelo visto o Paes não resolve nada, no final das contas quem controla é ele e acabou, tenho até minhas dúvidas se o Cabral também não é comandado por ele.

O senhor já foi do PV. O secretário de Meio Ambiente será ligado ao Partido Verde?

Não. O PV não se elegeu, mas tenho boa relação com a vereadora Aspásia Camargo, com o Alfredo Sirkis também. Espero que ele não tenha ficado chateado por eu ter dito que ele participou dos três governos do Cesar Maia. O outro vereador eleito (Paulo Messina), não conheço, mas tanto a Aspásia quanto o Sirkis são pessoas de elevado espírito público, com grande disposição para ajudar a cidade.

Imagina, já deve ter ligado colocando o PV à disposição para uma indicação para uma secretaria, afinal de contas foram anos e anos dentro da prefeitura dando licença irregular para obras e fechando os olhos para os crimes ambientais na cidade, ele tem um legado para administrar.


E a Andrea Gouvêa Vieira (vereadora reeleita pelo PSDB), o senhor convidou?

Não, não. Adoro a Andrea, é minha amiga, um quadro político qualificado, mas, em princípio, não. Ela deve estar numa posição de oposição formal. Tenho certeza que o que for positivo para a cidade ela vai aprovar. Há pessoas muito próximas a mim no PSDB, que votaram em mim, mas não saíram pela rua fazendo campanha.

A vereadora Andréia Gouveia tem um episódio nebuloso a respeito da concessão do RioCentro, na qual dois advogados de seu escritório formaram uma empresa fantasma para ganhar a licitação do centro de convenções em nome de uma empresa francesa, no final das contas até o governo federal teve que intervir porque metade do Riocentro pertence à Embratur, até hoje não sei o que ficou decidido.

Quem tem sido seu principal interlocutor nesta fase?

O governador é muito constante. Existe uma parceria muito forte. Não me preocupa que digam que estou sendo tutelado. Primeiro que o Sérgio não tem o menor saco para tutelar ninguém, nem tenho vocação para ser tutelado. São dois políticos que se entendem em perfeita harmonia, que são amigos e se admiram. Às vezes eu até peço sugestões de nomes, mas ele não me dá nenhuma. Ele diz claramente que, mesmo no governo dele, odeia nomear. Eu também acho isso a pior coisa do mundo.

O Governador não tem saco? Ah sim, se não gosta de assumir responsabilidades pelo Estado com a segunda maior arrecadação de impostos do país então nem deveria ter se candidatado, às vezes tenho a tenebrosa impressão que o Paes é o marionete do marionete, agora a pergunta é, quem manipula os fios?

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Quando o PMDB decidiu compor com o PT, que já tinha anunciado Alessandro Molon como candidato, sua campanha já estava na rua. O senhor tinha certeza de que voltaria a concorrer?

Eu? Tinha certeza de que não voltaria. Foi uma circunstância, uma mudança de situação. Os astros convergiram favoravelmente. Mas naquele momento difícil, minha relação com o governador Sérgio Cabral só se fortaleceu. Soubemos superar a adversidade, permanecemos juntos, eu trabalhando como secretário dele. Tentaram fazer intrigas de todos os jeitos, mas eu sabia que aquilo era duro para mim e também para ele. Porque nós acreditávamos que eu poderia ganhar a eleição e por isso foi mais duro ainda. Uma coisa é você ser impedido de disputar uma eleição em que não teria chance. Outra é ficar fora quando poderia vencer.

É, no momento que o Cabral percebeu que ganharia mais com um candidato próprio sacou o Paes da Secretaria de Esportes e através de um Diário Oficial fajuto forjou sua saída em tempo hábil para registrar a a candidatura, dando uma rasteira no PT, depois quando precisou foi lá obrigar o Presidente da República a dar apoio à candidatura da farsa.

A que o senhor atribui sua vitória na eleição?

A ter tido mais votos do que o Fernando Gabeira na Zona Oeste e na Zona Norte, o que compensou a derrota na Zona Sul, onde as pessoas vão muito pela moda. Você perguntava por que o Gabeira e muitos não tinham uma resposta objetiva... "por que é a onda..." Nada do que foi será do jeito que já foi um dia (canta a música de Lulu Santos usada por Gabeira). Você supõe que as pessoas daquela região seriam mais reflexivas, mas elas vão no embalo. Minha sorte é que não tenho nenhum desvio de conduta, senão teria sido crucificado em praça pública. Me chamaram de tudo, menos de desonesto e incompetente.


Vejamos, por partes:
Primeiro ele perdeu em toda a zona norte até Madureira, ele perdeu feio, perdeu em toda a zona sul e parte da oeste, os percentuais foram bem apertados na parte mais longínqua da cidade, mas nunca cairam abaixo de 30%. O que provocou a pequena margem de vitória dele foi a baixa abstenção nesses bairros mais afastados, que ficou na faixa de 17% contra 30% nos bairros de faixa de renda e densidade demográfica mais altas, isso ajudado é claro pela mãozinha da máquina estatal que antecipou o feriado do funcionalismo público para segunda feira depois da eleição, mas isso está sendo analisado pelo TRE, para quem quiser ver a verdadeira contagem de votos, tem essa tabela nesse link aqui:

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhH0KH7sR0A0wzCqxZLdFtPTNENW5dyVZz5CwL0_acrMsN11CR7bKt-xCeSEGquIQX-MMq8xIkeCP3G7SNP-uu6qrjEV29Qlv5ifixwDV-yG8f_JRHidMWGS7nLgveAsfpLSmRil9DmQrYs/s1600-h/eleicaorjhs7.jpg


Segundo: Gabeira não foi uma onda, seu discurso é para ocultar o que foi a forma mais perigosa de fazer política (para os políticos tradicionais é claro) que se já se fez em uma campanha, o povo reconheceu no candidato do PV uma saída para o buraco sem fim onde políticos tradicionais clientelistas e fisiologistas como o candidato eleito tinham nos metido.
O medo que os políticos tradicionais como ele, que vivem de vender e comprar apoios políticos e fazer alianças até com pessoas pouco recomendáveis (vide os milicianos candidatos a vereador que estavam na sua festa da vitória), é que esse tipo de fazer política prevaleça arrasando com seus projetos de poder.
O discurso de Gabeira era difícil de ser entendido pelas pessoas mais humildes e é claro que isso foi usado contra ele, os folhetos apócrifos e a espionagem dentro do partido (depois das declarações que ele deu está na cara que sabotaram a campanha do Gabeira de dentro do PV) deram conta do resto.
Mas mesmo assim ele perdeu de pouco, frustrando muito mais pessoas do que as comemoraram a vitória do candidato eleito.

Terceiro: O candidato eleito tem memória curta, ele tem um processo de improbidade administrativa que está correndo na justiça, uma bela duma ficha suja, e a ele se juntam os onze processos abertos no TRE sobre crimes eleitorais cometidos nessa eleição.

Quanto a ser desonesto e incompetente realmente não temos ainda subsídios para denominá-lo assim, ainda, se ele se mantiver no cargo acho que teremos muitas oportunidades para usar esses termos para nos dirigir a pessoa dele e dos seus secretários.



O senhor é da Zona Sul?

Nasci na Casa de Saúde São José, no Humaitá. Morei no Jardim Botânico. Estudei no Colégio Santo Agostinho, no Leblon. Me formei em direito pela PUC, na Gávea. Com 16 anos fui morar em São Conrado, onde meus pais vivem até hoje. Quando virei subprefeito é que fui morar na Barra.

Alou suburbanos que caíram no conto do vigário, satisfeitos por serem usados como massa de manobra? Espero que estejam felizes porque só daqui a 4 anos é que verão a cara do sujeito de novo na sua área, o cara é tão covarde que nem colocou a cara dele nos outodoors que espalhou na cidade para eles não servirem para a prática de tiro ao alvo.

O senhor já freqüentou a Praia de Ipanema no Posto 9?

Quando era garoto, minha mãe me levava no Posto 10. Mas acho o Posto 9 ótimo. Você está perguntando se eu... (risos). Meu lugar de tomar chope é no Jobi ou no Bar 20. Já tomei muito café da manhã na padaria Lisboa. Madrugada na Pizzaria Guanabara. Esse fenômeno de Zona Sul foi uma coisa do segundo turno. No primeiro, teve muito voto útil. O bom é que o povo mais humilde da cidade compensou do outro lado.

Posto 9 para quem não sabe é o ponto da praia de Ipanema onde se reúne a fauna underground do bairro, a turma da erva, os gays, o point do barulho, ele caiu na armadilha e tarde demais tentou consertar.
Mas o pior do discurso dele foi continuar a manter a cidade partida, considerando os votos dos humildes (que a turma dele adora explorar) mais importantes que os da Zona Sul, fazendo a sutil manipulação de egos dos pobres para trazê-los para seu lado.


Por falar em outro lado, quais as áreas mais castigadas pela ausência de prefeito?

Zona Oeste, Barros Filho, Costa Barros, que têm o menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da cidade, Acari, Pavuna, Ricardo de Albuquerque, Anchieta, Jardim América, Parque Colúmbia, Fazenda Botafogo. É algo assustador. É preciso conhecer essas áreas, saber dos problemas.

Essa coisa de IDH ele pegou nos anuários do IBGE, há tempos que a prefeitura abandonou essas áreas por conta da violência, é o miolo da cidade, margeando a Avenida Brasil, uma área totalmente devastada pela miséria.

Quais são eles?

Tudo. É necessário resgatar os serviços públicos, investir em urbanização, políticas de qualificação profissional, coleta de lixo, iluminação das ruas. Vamos tratar essas áreas degradadas com muita atenção.

Essas regiões estão tão degradadas que deveriam ser consideradas prioridade, mas como ele fala as coisas de forma genérica é capaz de aqui a algum tempo só se lembrar mesmo da questão do índice de IDH.

O prefeito Cesar Maia se disse outro dia preocupado com o atraso nas obras da Cidade da Música. A inauguração pode ficar para o senhor...

Não, a placa eu vou deixar ele inaugurar.

Toma que o filho é teu, antigamente enchia a boca pra dizer que ele tinha sido o autor da idéia agora renega a sua criação.

O custo mensal será mesmo de cerca de R$ 1 milhão?

Acho que é mais. Com a experiência que tive gerindo o Maracanã, há despesas com pessoal, contrato de limpeza, de jardinagem, de segurança, conta de água, conta de luz. Pelos meus cálculos, chega perto de R$ 2 milhões por mês. Vamos tentar fazer a concessão, trabalhar com a parceria privada. Não seria algo que eu faria, mas foi feita e agora compete a nós fazer com que um equipamento em que a cidade colocou quase R$ 600 milhões funcione.

Ah, agora sabemos de onde vem sua "experiência administrativa".
Na subprefeitura da Barra ele só fez botar coisas abaixo para abrir caminho para as construtoras, não administrou nada.
Na secretaria de meio ambiente permitiu que os condomínios crescessem e jogassem seu esgoto nos canais da Barra, depois culpou as favelas e não fez mais nada.

Já no Maracanã ele aprendeu alguma coisa como administrar uma estrutura, então está explicado porque uma de suas promessas era trazer 12 grandes eventos pro ano pra cidade, ele vai administrá-la como uma cidade-espetáculo, mas peraí, o Maia já não fazia isso?

Já há parceria em vista?

Ainda não. Tive algumas conversas ainda no primeiro turno, vamos ver... Aliás, não é para fazer média, mas eu queria dizer aqui que o Jornal do Brasil fez, de longe, a melhor cobertura da eleição. Desde o início, o jornal abriu um espaço enorme, elogiou e criticou todos os candidatos. Foi imparcial.

Nesse ponto parece que ele resolveu acabar com a entrevista abruptamente, ainda faltavam algumas perguntas tais como a participação dele na criação da Cidade da Música, sobre o superfaturamento das obras do Pan e a preparação da cidade para Rio 2016, a prostituição.


A impressão que eu tive dessas duas reportagens é que ele ainda está tentando fazer sua imagem se fixar como a de um grande administrador, coisa que ele não tem estofo nem tempo de vida para ser, aliás como ele, o Governador Cabral sofre do mesmo mal, a precocidade política, eles pensam que o quanto antes chegarem ao poder mais tempo poderão governar, ledo engano, um político jovem, arrogante e ambicioso é um prato cheio para cair nas próprias armadilhas que ele vai deixando pelo caminho, os discursos oportunistas, as alianças escusas, os projetos engavetados, isso fica na memória das pessoas, e isso o eleitorado não perdoa.

2 comentários:

Anônimo disse...

KáKáKáKáKá!!!
Nunca ri tanto.
Muito bom!!!

Anônimo disse...

Ótimo post! O que acho mais incrível, é a cara de pau dele, ao dizer que é honesto, correto. Parece que além de memória curta ele também sofre da Sindrome do Não Fui Eu.
Moro em Campo Grande, nasci aqui, mas infelizmente tenho que rir da cara dos "suburbanos" engrupidos pelo Dudu das Milícias. Me pergunto que motivo levou Dudu a omitir, durante sua campanha, onde nasceu, onde estudou, onde morou. Pois é, como disse Arnaldo Jabor, o Rio tem o governo que merece. Não me orgulho nem um pouco de pessoas festeiras, preguiçosas, reacionárias e burras, que passam meses se preocupando com a preparação do carnaval e sentem-se patriotas durante a Copa, mas são incapazes de parar e pensar nas burradas que comentem e perceber que, realmente, nada nunca vai mudar, já que ninguém faz por onde.